Hoje, passar em um concurso público é meta de centenas de pessoas, principalmente jovens, que buscam estabilidade financeira e crescimento profissional. Mas alguns vêem nisso a possibilidade de unir a consolidação de uma carreira à realização pessoal.
É o caso de 500 homens e mulheres que buscaram no concurso da Polícia Civil do Pará a concretização desse desejo e participaram, na manhã desta segunda-feira (21), da aula inaugural do Curso de Formação de Policiais Civis, da Academia de Polícia Civil do Pará (Acadepol), realizada no Hangar-Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém.
concurso C-203 da Polícia Civil, destinado ao preenchimento de 650 vagas – sendo 300 para investigadores, 180 para escrivães, 20 para papiloscopistas e 150 para delegados – foi aberto em 2016 e constou de várias etapas antes de chegar à fase final, que é a realização do Curso de Formação de novos policiais civis, iniciado hoje e que terá duração de quatro meses.
Antes dele, os aprovados passaram por provas de múltipla escolha, capacitação física, exames médicos e exame psicológico.
O manauara Rafael Domingos, de 27 anos, um dos aprovados no concurso, fala com felicidade da aprovação.
“Eu sempre quis seguir a carreira policial e a Civil era mais a ‘minha cara’. Gosto de estar em campo, nas operações e sei que tenho esse perfil”, salienta. O candidato detalha ainda que escolheu o Pará por ser próximo do meu Estado e, além disso, é um Estado enorme e com cidades de grande porte espalhadas pelo interior, dispondo de boa estrutura, bem melhores que as do interior do Amazonas. “Quando recebi a notícia que tinha passado, não hesitei em momento algum: pedi demissão do meu emprego, guardei dinheiro para os custos do concurso e agora estou aqui”, contou.
Natural de Belém, o advogado Charles Vinícius disse que atuar na Polícia Civil é a realização de um sonho. “Sempre gostei muito da área penal e quando abriu esse concurso vi logo a possibilidade de realizar essa minha vontade. Já conheço muitas cidades do interior e estou encarando minha nova função como um desafio. Tenho certeza de que farei a diferença”, disse ele, que também elogiou a remuneração ofertada. “Se considerarmos os outros cargos de investigador, escrivão e papiloscopista do restante do Brasil, o Pará é o que está pagando melhor e isso também foi um atrativo”, complementou o futuro escrivão.
Nauar, também de Belém, foi outra aprovada para a segunda etapa do curso para o cargo de escrivã. Ela conta que já vinha buscando concursos e colocações que a levassem para a área de Segurança Pública. “Sou uma amante da área penal. Tenho muita paixão e facilidade para atuar nesse sentido. Quando o concurso foi aberto, procurei pesquisar ainda mais sobre o cargo de escrivã e me identifiquei. Posso dizer que estou muito feliz de ter passado e fazer parte dessa turma”.
Estiveram presentes à aula inaugural o general Jeannot Jansen, secretário de Segurança Pública do Pará – que representou o governador Simão Jatene na ocasião -, o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Rilmar Firmino; a delegada geral adjunta da Polícia Civil, Christiane Ferreira; a diretora da Acadepol, delegada Marlise Tourão; a secretária de Estado de Administração, Alice Viana, e demais autoridades da área de Segurança Pública do Estado.
Jeannot Jansen enfatizou a importância da realização do concurso. “Ganhamos um grande reforço em nosso efetivo, mas o que queremos de fato é melhorar a qualidade do atendimento à população, aprimorando e aperfeiçoando a formação dos policiais. Por isso, estamos investindo em uma formação completa, onde as ações de combate à criminalidade estejam no mesmo patamar da prevenção social. Em outros momentos, o que víamos era que ora se investia mais em uma e ora se priorizava mais a outra, deixando sempre um lado desequilibrado. Agora vamos trabalhar para que essas duas frentes de atuação andem juntas”, ressaltou.
Entre as disciplinas que serão ministradas, algumas vão além das já existentes na matriz curricular nacional do Curso de Formação de Policiais Civis. “Esse será um curso pioneiro no Brasil, pois existem disciplinas que foram acrescidas à grade, como Oratória e Investigação Financeira no Enfrentamento ao Crime de Lavagem de Dinheiro, essa exclusiva no Brasil. Por isso, esses novos policiais terão a oportunidade de ter uma qualificação ainda melhor. Nós, da Polícia Civil, estamos trabalhando diuturnamente para preparar nossos servidores da melhor maneira, para que, em resposta, eles possam oferecer o melhor atendimento à população”, complementou Marlise Tourão, diretora da Acadepol.
curso transcorrerá pelos próximos quatro meses, no período da manhã e da tarde, com aulas no Instituto de Ensino de Segurança do Pará (Iesp), em Marituba. Ao todo, 650 policiais participarão da formação. Inicialmente serão 500, entre futuros escrivães, investigadores e papiloscopistas.
Em outubro a turma crescerá, com a entrada no curso de 150 futuros delegados e delegadas, cada um direcionado às disciplinas específicas de sua função, como direção veicular, atendimento à mídia, defesa pessoal, armamento tático e tiro. “O que nós queremos é que todos cumpram as regras e explorem ao máximo os instrutores, professores, palestrantes e monitores. Trouxemos o que há de melhor em Academia de Polícia e queremos o melhor de todos eles também”, finalizou a delegada Marlise Tourão.
delegado-geral Rilmar Firmino salienta que o ingresso dos novos policiais civis corresponde a um reforço de 25% do efetivo total de policiais civis no Estado.
Isso, ressalta o delegado-geral, terá reflexos na melhoria da investigação policial da Polícia Civil do Pará, que é referência nacional, e também na qualidade do atendimento ao público.
Fonte: Jornal O Impacto.
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