Consumidor se engana quando acha que a cor da gema ou da casca tem importância; aprenda dicas essenciais para escolher ovos de qualidade
Naiara Araújo
O ovo é um dos alimentos mais populares no Brasil, porém, ainda é cercado por mitos.
O consumidor erra feio quando avalia a qualidade dos ovos de acordo com a cor da casca e a cor da gema, por exemplo.
Do ponto de vista nutricional e de produção, essas características não significam muita coisa.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o ovo está presente em 98% dos lares do País, atrás apenas do frango, que é consumido em 99% dos domicílios brasileiros.
Mas, toda essa popularidade do produto é inversamente proporcional ao conhecimento sobre os ovos. A população ainda desconhece as verdadeiras características desse alimento, confundindo indicadores de qualidade e de origem.
A cor da gema não tem importância
Tradicionalmente, o consumidor acredita que uma gema de cor alaranjada significa um ovo mais nutritivo e saudável. Na verdade, esse é um grande mito que acabou se transformando numa exigência do consumidor e do mercado de ovos. Então, por causa dessa lenda, os produtores passaram a utilizar pigmentantes naturais ou sintéticos na ração das galinhas para que a gema atenda aos padrões estipulados. De acordo com a zootecnista Helenice Mazzuco, pesquisadora da Embrapa em nutrição e fisiologia no setor de avicultura, a cor da gema depende da composição da dieta das aves. Essa ração pode conter compostos carotenoides, pigmentos nas cores vermelha, amarela ou alaranjada presentes nos vegetais e outras fontes que influenciam na cor das gemas. Mas, já que esses pigmentos não são produzidos pelas galinhas, essas substâncias apenas são ingeridas via ração. “Independentemente do tipo de pigmentante utilizado, os nutrientes da gema não se alteram”, diz Helenice. Segundo a pesquisadora, esses aditivos não possuem restrições de uso pois são aprovados pelos órgãos reguladores do setor de alimentação animal, como Anvisa e Ministério da Agricultura.
As cores que podem ser identificadas
Não existe uma cor ideal para a gema. As cores variam de acordo com a preferência do mercado, que está condicionado a optar pela coloração mais escura. O leque colorimétrico (ver na foto acima) identifica 16 cores de gema. Segundo a pesquisadora Helenice, os consumidores brasileiros preferem os indicadores 8, 9 e 10. Como a valorização de gemas mais escuras é um hábito enraizado na cultura brasileira que dificilmente mudará, Helenice conta que o mercado simplesmente paga mais aos produtores que utilizam os pigmentantes. “É melhor investir nisso que desmistificar a cor da gema”, diz a pesquisadora.
Ovo vermelho ou branco?
Outro grande mito está relacionado à coloração da casca. Muitos acreditam que os ovos vermelhos são de galinhas caipiras e que os brancos são os ovos convencionais. De acordo com Helenice, a coloração da casca dos ovos é influenciada somente pela linhagem da ave. Ou seja, são as características genéticas que definem se a galinha vai produzir ovos de cor branca ou vermelha. “Não há diferença no produto ovo em termos nutricionais e de composição nutritiva. As diferenças se referem ao modo de criação das aves e de produção dos ovos”, afirma a pesquisadora. Isso significa que uma galinha caipira pode botar um ovo branco e uma galinha criada em granja convencional pode produzir ovos vermelhos. É a genética da ave que determina essa característica. O que realmente diferencia o tipo de ovo é o sistema de produção. No sistema convencional, as aves são alojadas em gaiolas. Já na produção de ovos caipiras, o sistema é semiextensivo. Isso significa que a galinha fica solta no espaço de criação. Helenice explica que na avicultura de postura orgânica comercial, o principal diferencial da produção convencional é a exigência da criação das aves em regime de vida livre (sistema extensivo) além da restrição do uso de produtos convencionais para a nutrição e tratamento de enfermidades das aves.
Como acertar na escolha dos ovos
Se você sempre pensou que a gema indicava a qualidade do ovo, está na hora de começar a escolher pela casca. Segundo Helenice, cascas trincadas e malformadas afetam negativamente a qualidade interna do ovo. Mas também não é só a casca, a clara tem sua importância. A viscosidade da clara é um sinal de que ovo tem qualidade, afirma a pesquisadora. Helenice também explica como é possível saber a “idade do ovo” em casa. Ao colocar o ovo em um copo com água, o consumidor pode descobrir esse dado. “Os ovos com até sete dias após a postura permanecem no fundo do copo e, na medida em que este ovo emerge, representa um tempo de prateleira mais avançado”, diz a pesquisadora.
Artigo original da SF Agro: http://sfagro.uol.com.br/ovo-e-consumido-em-98-das-casas-mas-brasileiro-ainda-compra-errado/
Naiara Araújo
O ovo é um dos alimentos mais populares no Brasil, porém, ainda é cercado por mitos.
O consumidor erra feio quando avalia a qualidade dos ovos de acordo com a cor da casca e a cor da gema, por exemplo.
Do ponto de vista nutricional e de produção, essas características não significam muita coisa.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o ovo está presente em 98% dos lares do País, atrás apenas do frango, que é consumido em 99% dos domicílios brasileiros.
Mas, toda essa popularidade do produto é inversamente proporcional ao conhecimento sobre os ovos. A população ainda desconhece as verdadeiras características desse alimento, confundindo indicadores de qualidade e de origem.
A cor da gema não tem importância
Tradicionalmente, o consumidor acredita que uma gema de cor alaranjada significa um ovo mais nutritivo e saudável. Na verdade, esse é um grande mito que acabou se transformando numa exigência do consumidor e do mercado de ovos. Então, por causa dessa lenda, os produtores passaram a utilizar pigmentantes naturais ou sintéticos na ração das galinhas para que a gema atenda aos padrões estipulados. De acordo com a zootecnista Helenice Mazzuco, pesquisadora da Embrapa em nutrição e fisiologia no setor de avicultura, a cor da gema depende da composição da dieta das aves. Essa ração pode conter compostos carotenoides, pigmentos nas cores vermelha, amarela ou alaranjada presentes nos vegetais e outras fontes que influenciam na cor das gemas. Mas, já que esses pigmentos não são produzidos pelas galinhas, essas substâncias apenas são ingeridas via ração. “Independentemente do tipo de pigmentante utilizado, os nutrientes da gema não se alteram”, diz Helenice. Segundo a pesquisadora, esses aditivos não possuem restrições de uso pois são aprovados pelos órgãos reguladores do setor de alimentação animal, como Anvisa e Ministério da Agricultura.
As cores que podem ser identificadas
Não existe uma cor ideal para a gema. As cores variam de acordo com a preferência do mercado, que está condicionado a optar pela coloração mais escura. O leque colorimétrico (ver na foto acima) identifica 16 cores de gema. Segundo a pesquisadora Helenice, os consumidores brasileiros preferem os indicadores 8, 9 e 10. Como a valorização de gemas mais escuras é um hábito enraizado na cultura brasileira que dificilmente mudará, Helenice conta que o mercado simplesmente paga mais aos produtores que utilizam os pigmentantes. “É melhor investir nisso que desmistificar a cor da gema”, diz a pesquisadora.
Ovo vermelho ou branco?
Outro grande mito está relacionado à coloração da casca. Muitos acreditam que os ovos vermelhos são de galinhas caipiras e que os brancos são os ovos convencionais. De acordo com Helenice, a coloração da casca dos ovos é influenciada somente pela linhagem da ave. Ou seja, são as características genéticas que definem se a galinha vai produzir ovos de cor branca ou vermelha. “Não há diferença no produto ovo em termos nutricionais e de composição nutritiva. As diferenças se referem ao modo de criação das aves e de produção dos ovos”, afirma a pesquisadora. Isso significa que uma galinha caipira pode botar um ovo branco e uma galinha criada em granja convencional pode produzir ovos vermelhos. É a genética da ave que determina essa característica. O que realmente diferencia o tipo de ovo é o sistema de produção. No sistema convencional, as aves são alojadas em gaiolas. Já na produção de ovos caipiras, o sistema é semiextensivo. Isso significa que a galinha fica solta no espaço de criação. Helenice explica que na avicultura de postura orgânica comercial, o principal diferencial da produção convencional é a exigência da criação das aves em regime de vida livre (sistema extensivo) além da restrição do uso de produtos convencionais para a nutrição e tratamento de enfermidades das aves.
Como acertar na escolha dos ovos
Se você sempre pensou que a gema indicava a qualidade do ovo, está na hora de começar a escolher pela casca. Segundo Helenice, cascas trincadas e malformadas afetam negativamente a qualidade interna do ovo. Mas também não é só a casca, a clara tem sua importância. A viscosidade da clara é um sinal de que ovo tem qualidade, afirma a pesquisadora. Helenice também explica como é possível saber a “idade do ovo” em casa. Ao colocar o ovo em um copo com água, o consumidor pode descobrir esse dado. “Os ovos com até sete dias após a postura permanecem no fundo do copo e, na medida em que este ovo emerge, representa um tempo de prateleira mais avançado”, diz a pesquisadora.
Artigo original da SF Agro: http://sfagro.uol.com.br/ovo-e-consumido-em-98-das-casas-mas-brasileiro-ainda-compra-errado/
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