quinta-feira, 7 de junho de 2018

“Se há cortes na assistência social há possibilidade de aumento na violência”

Yuri Scardini
Queda nos indicadores de criminalidade seja nos homicídios ou outros tipos de crime, como os contra o patrimônio.

Esses dados são trabalhados na Sedes, Secretaria de Defesa Social e foram informados pelo titular da pastas, Jailson Miranda. Para ele, o sentimento de insegurança da população decorre do “medo do crime” e o desafio é uma maior visibilidade das forças de segurança. Nessa entrevista, Jailson aponta que reduzir gastos na assistência social pode aumentar a violência. O secretário comentou ainda sobre o planejamento para o verão e também para o período de chuvas
Qual é a estrutura da Sedes, entre número de servidores e orçamento?
Temos quatro departamentos: 56 agentes da guarda municipal; no DOT, Departamento de Operação de Trânsito, são 58 agentes. Na Defesa Civil são 12 e na Segurança Patrimonial são 68 agentes e os salva-vidas, que são 9 atualmente. Mas estamos contratando mais. O orçamento é R$ 1.8 milhão.
Qual é a principal linha de atuação da secretaria?
A segurança pública é de responsabilidade direta do Estado, por isso a Secretaria de Defesa Social tem como incumbência articular os trabalhos das forças públicas. Como no Plano Municipal de Segurança, onde trabalhamos nos dez bairros com maiores índices de homicídios. Buscamos a prevenção através do viés social aliado ao policiamento comunitário.
O Governo Federal vem promovendo cortes na assistência social. Na Serra temos 100 mil pessoas na linha da pobreza, que recebem até R$ 148 por mês/pessoa. Isso influencia na violência?
Existem as condicionantes da criminalidade. A Polícia sozinha não vai manter o controle da criminalidade, precisa de uma rede. Se há cortes na assistência social, há possibilidade de aumento na violência. Não dá para mensurar. Se os cortes acontecerem, vamos buscar outras possibilidades para diminuir esses riscos.
A Lei de fechamento dos bares tem dado resultados para a segurança?
Sim. Toda sexta e sábado estamos fazendo operações. Não só com relação aos horários de fechamento, mas os bares que têm vínculo com o crime, que vêm dando problemas costumeiramente. Além disso, os números de homicídios caíram após a implementação da lei (2015). De 65,9/100 mil habitantes, caiu para 54/100 mil habitantes. Na verdade está em queda desde 2009, quando saímos de um patamar de 105,3 homicídios por 100 habitantes.
A crise econômica e o desemprego impactam na segurança?
Da mesma forma da pobreza, essas são condicionantes da criminalidade. Mas mesmo nesse contexto houve diminuição em homicídios e em vários tipos crimes, comparando janeiro a agosto de 2016-2017. Furto de pessoa em via pública, -40%; furto em estabelecimento comercial, -26,8%, furto em residência de condomínio em – 31.9%; roubo de veículo ciclomotor, – 40%, além de outros.
Se houve essas quedas nos homicídios e outros crimes, por que esse clima de insegurança na população?
É o medo do crime. É preciso melhorar a nossa visibilidade, ostensividade, e a Polícia e a Guarda estão fazendo bem isso agora. Precisamos de mais viaturas na rua, mais operações, mais blitz.
Estamos nos aproximando do verão. O que a Sedes está planejando para este período?
Vamos fechar uma diretriz de operação conjunta, o que cada um vai fazer; bombeiro, salva-vidas, Polícia Militar, Guarda Municipal. A ideia é, além de dar segurança, dar ostensividade. Vamos fazer pontos-base com as viaturas. Temos a possibilidade de ter uma unidade fixada na região praia, que vai ser também para atendimento ao turista. Deva ficar centralizado em Jacaraípe. Vamos contratar mais 92 salva-vidas.
Há previsão para contratação de novos agentes da guarda municipal?
Serão 60 agentes em treinamento em janeiro. Acredito que logo após serão nomeados. São três meses de treinamento; depende do andamento do curso.
E para o período de chuvas. Qual é o planejamento da Sedes?
Temos dois grupos de trabalho: um para planejar e enfrentar a questão da chuva que pode ocorrer; e a outra de visitas técnicas a encostas para diminuir os riscos eventuais.
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